quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Número de Violações Sexuais tende a aumentar

Estávamos no ano de 2004 quando Francesca Navratil, pediatra suíça com especialização em ginecologia na adolescência, revelou que "entre 10 a 15 por cento das crianças ou adolescentes vão ser abusados antes de atingirem a maioridade".
A especialista ainda acrescentou que "o abuso sexual é frequente e, por isso, uma parte do nosso trabalho é verificar se os doentes são suspeitos de abuso sexual". E quando questionada acerca dos procedimentos que teria que tomar, enquanto médica, perante um caso destes, referiu que "Por um lado, tem de se pensar na melhor maneira de gerir a situação e pedir ajuda quando necessário; por outro, há que confirmar a história do doente e, nesse caso, a intervenção tem de ser multidisciplinar (...) quando as crianças e adolescentes chegam ao médico, quer por via directa quer por via indirecta, é fundamental perceber a história, ouvir a descrição e interpretar as evidências e por fim fazer sempre um exame geral, sendo que a criança nunca deve ser forçada".
O abuso sexual de crianças e adolescentes é para Francesca Navratil um dilema no diagnóstico isto porque, "sempre que existe suspeita de abuso é preciso estudar e verificar a história da criança e, para isso, o tempo de examinação é crucial, uma vez que há várias patologias que se podem confundir com o que é resultado de uma situação de abuso". Infelizmente, e de acordo com as suas declarações, "poucas crianças apresentam sinais visíveis, o que torna o diagnóstico ainda mais complicado. Nesse sentido, vão continuar a existir alguns casos em que a suspeita realmente não se confirma".
Em jeito de alerta, a pediatra definiu abuso sexual como uma problemática que envolve muito mais que penetração e manipulação dos órgãos genitais. Para ela, o indivíduo ou, neste caso a criança, pode não perceber que é de facto, uma vítima. E isto porque se trata de uma relação de poder e onde, geralmente, o agressor tem uma estreita cumplicidade com a criança ou adolescente.
Na altura, estas afirmações, reveladas aquando das I Jornadas "Mulher: do Nascer ao Ser", chocaram e preocuparam milhares de pais, namorados e jovens por todo o País. No entanto, e ao contrário do que seria desejável, o choque e a preocupação mantêem-se mesmo após 6 anos passados.
Esperava-se, talvez ilusioriamente, que desde 2004 até aos dias de hoje, alguns avanços se viessem a verificar no sentido de diminuir os valores percentuais de violações sexuais. No entanto, e inacreditavelmente, o número de casos não baixou. Aliás, dados actuais indicam que 1 em cada 6 mulheres e 1 em cada 33 homens sofrerá uma violação sexual ao longo das suas vidas. No caso das crianças, os números são ainda mais assustadores - 1 em cada 4 meninas e 1 em cada 10 meninos serão vítimas de abuso sexual antes de atingirem os 18 anos de idade. Com base nestes números, acredita-se que se nada se fizer para tentar contrariar esta tendência, os números cresçam à medida que os anos passam...
Notícia sugerida pelo nosso seguidor Félix Vieira, a quem, desde já, agradecemos.

7 comentários:

Anónimo disse...

Olá, sobre a petição em si, creio ser obrigatória a apresentação do número do BI (sob risco de não serem válidas as assinaturas). Confirmem por favor o seguinte sítio, ponto 5.

http://www.parlamento.pt/EspacoCidadao/Paginas/ProcedimentosApresentacaoPeticao.aspx

Força para o projecto!
Se umas vozes calam, gritemos nós!

Bem hajam!

ps:sugiro que optem por moderar previamente as mensagens aqui publicadas. Há muitas que se dispensam bem ;)

Flávio C disse...

Olá raparigas sou um dos admiradores do vosso trabalho, esqueçam os comentários que por aqui se fazem. Se quiserem posso dar um pequeno testemunho da tentativa de violação.

Adicionem por favor:
flavio.correira_gatuh_winduh@hotmail.com

Beijinhos e continuem

Rafaela Miranda disse...

Flávio, costumo dizer que "os cães ladram e a caravana passa...".

Não há nada que me detenha ou demova dos meus objectivos! Principalmente neste caso que sei que estou a contribuir, nem que seja por um pouquinho, para melhorar a vida de pessoas que já passaram por muito pior do que eu!

Aliás, sinceramente, até fico contente por o nosso blogue estar a causar uma certa "espécie" em algumas pessoas... É caso para questionar se elas terão algo a esconder? Porque motivo se sentem afectadas? Será que têm a consciência pesada? Ou será que nos encaram como uma ameaça? Se quiseres contactar todo o Grupo, o melhor a fazer é escrever para o nosso mail: grupoa.eseq@gmail.com

12ºN - GRUPO A disse...

Estimado Anónimo,

Quanto à petição o nosso Grupo optou por elaborar duas: uma online e outra em papel, cujas assinaturas são recolhidas pessoalmente. A online encontra-se disponível na internet, no seguinte site
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N1002

podendo ser subscrita por qualquer pessoa, sendo de nacionalidade portuguesa ou não já que, exige somente o nome e o seu e-mail.

Por outro lado, a nossa petição em papel é um pouco mais complicada, diremos. Isto porque requer a assinatura da pessoa e o seu número de BI. No entanto, a que obtiver as 4000 assinaturas mais rapidamente será a reencaminhada para a Assembleia da República.

Obrigada pela sua preocupação e palavras... Acredite que teremos sempre vozes para gritar!

Obrigada,

GRUPO A - ESEQ

P.S: É política do GRUPO A não moderar os comentários simplesmente, porque achamos que todos têm o direito de expressar livremente a sua opinião. Contudo, quando estes se revelam demasiado ofensivos, somos forçados a apagá-los, como pode compreender. Se houvesse moderação de comentários, não poderia comentar no nosso blogue, já pensou nisso? (:

Maty disse...

Estes números são realmente assustadores. Por vezes estas situações estão a acontecer mesmo ao nosso vizinho, por exemplo, e nós nem percebemos. É necessário estar realmente atento e prestar todo o apoio que seja necessário.
Mas por vezes os violadores são pessoas muito próximas e que ninguém esperaria que fizesse uma coisa assim... e o pior é quando a vitima cria uma espécie de "empatia" (não sei se é bem a palavra certa) com o violador. Aí sim ainda é mais complicado.
Beijos e bom trabalho ;)

Anónimo disse...

Olá novamente :)
O que pensei é que antes de serem publicados os comentários, estes seriam sujeitos a escrutínio, e só os inofensivos seriam tornados públicos.
O meu comentário até podia não aparecer, bastar-me-ia que lhe tivessem dado atenção...Assuntos pertinentes devem chegar de facto ao Parlamento, não sendo invalidados por um "errozito processual", como já tantos casos nem chegam por isso a Tribunal...
Embora admita que já perdi bastante do meu idealismo e inocência, sou uma pessoa muito perseverante. Irei à ESEQ, portanto! Frequentei-a :)

Rafaela Miranda disse...

Fico contente por depreender que também é poveiro (?) e partilha da mesma perseverança que eu! Quanto à inocência e idealismo... Só qb! Terei todo o gosto em recebê-lo na ESEQ, aquela que tem vindo a ser uma das melhores escolas que já frequentei, pelo apoio dado a este tipo de iniciativas por parte de todo o corpo docente! Fico à espera de notícias suas! :)