domingo, 28 de fevereiro de 2010

Pensamento da Semana


Algumas vezes na vida, convêm-nos ter os olhos bem abertos, outras na metade, e outras realmente fechados.
A questão está em saber como usá-los para cada vez...
Doménico Cieri

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

840€ por Abusar de Irmãs Menores

A mãe das vítimas foi alertada pelos vizinhos para os abusos que as suas filhas estariam a sofrer por parte de um reformado. Indignada, a responsável pelas menores confrontou o arguido, que colocou as culpas nas crianças. "Elas é que são umas porcas," respondeu o homem.
Durante três semanas, um reformado aliciou duas irmãs, de nove e treze anos, com bolos e dinheiro, para que "dessem a pita." Tentou apalpar-lhes os seios, pediu beijos na boca e roçou-se no corpo da mais velha. Condenado a 30 meses de prisão, em pena suspensa, recorreu e viu agora Relação do Porto a reduzir-lhe o castigo para uma multa de 840€.
Os factos remontam para os finais de 2007, quando o arguido começou a abordar as vítimas junto à escola que frequentavam, em Matosinhos. Originárias de uma família pobre, as menores aceitavam as ofertas do reformado, mas fugiam quando este tentava apalpá-las ou pedia beijos na boca.
É aqui que está o cerne da questão. O homem apenas "se roçou" numa das vítimas, facto que leva a Relação do Porto a anular a condenação do Tribunal de Matosinhos, por dois crimes de abuso sexual de crianças.
O arguido nunca tocou, roçou, apalpou a vagina das menores (...). E, quanto à pretensão de apalpar os seios das menores, o arguido nunca o conseguiu porque elas conseguiram escaparar. Ou seja, como as crianças não acederam aos pedidos do agressor, a pena acaba anulada.
Mesmo o facto de ter "roçado" na menina de treze anos não é visto pelo Tribunal da Relação do Porto como "acto sexual de relevo", o que justifica que o reformado, embora punido por abuso sexual de crianças, só pague uma multa de 840€.
(in Correio da Manhã, 8 de Fevereiro de 2010)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pensamento da Semana

De olhos fechados vejo o que não poderia de olhos abertos.

Luiz Kellvin

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

SUPER BLOG Awards 2009/2010

O GRUPO A está, a partir de hoje, oficialmente inscrito no concurso SUPER BLOG Awards 2009/2010. Pretendemos, desde já, esclarecer que a nossa inscrição no concurso teve como base assegurar uma maior visibilidade do nosso trabalho, divulgando assim o blogue criado pelo grupo.

As votações estão abertas a partir de 24 de Fevereiro de 2010 a 24 de Março de 2010; deste modo, para votar no nosso blogue, basta clicar no dístico que se encontra na margem direita.

Contamos com vocês! Obrigada.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"Porquê a mim?"

O livro "Porquê a mim?" de Bernardo Teixeira, é a primeira obra escrita por uma vítima de abusos sexuais e maus-tratos enquanto aluno da Casa Pia. É um relato de coragem, escrito na primeira pessoa, onde se relata o dia-a-dia de um jovem dentro da instituição que o acolheu quando a sua família lhe virou as costas. Foi dentro da instituição que recebeu afecto, carinho e protecção, mas foi também aí que padeceu de dor e sofrimento...

Trata-se, sem dúvida, de um testemunho impressionante e emotivo onde somos levados a percorrer os passos de um aluno interno da Casa Pia, a conhecer as alegrias das crianças que aí encontraram um lar, mas também o sofrimento de quem foi obrigado a perder a inocência cedo demais.

Sinopse do livro:

"Pela primeira vez na minha vida, estou a ver a lua aos quadradinhos. É mesmo como nos filmes. Sentado no parapeito da janela, olho para o céu e penso em como tudo podia ter sido tão diferente. Só me apetece chorar. Estou a aguentar as lágrimas desde esta manhã."

É assim que se inicia o relato deste ex-aluno da Casa Pia de Lisboa. Abandonado pela família aos 11 anos, Bernardo é entregue aos cuidados desta instituição. "Não te procupes", dizem-lhe, "nunca te vão fazer mal". Os primeiros tempos são difíceis. Loiro, franzino e sensível, o rapaz é gozado pelos colegas mais velhos. Isola-se, não confia em ninguém, só no diário em que escreve à noite às escondidas. Até que faz um amigo mais velho, o motorista. Caetano dá-lhe boleias, presentes e carinho. Promete ser o pai que Bernardo nunca teve. Mas pede algo terrível em troca. Seguem-se tempos de dor, de vergonha e de solidão, que por pouco não acabam da pior maneira.

É um relato emocionante que pretende dar voz a quem mais sofreu durante todos estes anos e que até agora não tinha tido oportunidade de expressar, em livro, a sua dor.

Entrevista ao Jornal "Póvoa Semanário"


A partir de hoje, quarta-feira (17 de Fevereiro), está nas bancas a nova edição do Jornal "Póvoa Semanário" que contém uma entrevista ao GRUPO A, por Ana Rita Ferreira, à qual desde já agradecemos pela disponibilidade e interesse demonstrado.
Com a mesma pretendemos divulgar ainda mais o tema e claro, o nosso projecto "Quando os Olhos Não Mentem" - Violações Sexuais.
Para os curiosos e que não tiveram oportunidade ainda de comprar o Jornal, deixamos o vídeo da nossa entrevista, que também está disponível AQUI!, na página online do Jornal "Póvoa Semanário".

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Pensamento da Semana

Os olhos são as janelas dos sentimentos.
Ataíde Lemos

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Número de Violações Sexuais tende a aumentar

Estávamos no ano de 2004 quando Francesca Navratil, pediatra suíça com especialização em ginecologia na adolescência, revelou que "entre 10 a 15 por cento das crianças ou adolescentes vão ser abusados antes de atingirem a maioridade".
A especialista ainda acrescentou que "o abuso sexual é frequente e, por isso, uma parte do nosso trabalho é verificar se os doentes são suspeitos de abuso sexual". E quando questionada acerca dos procedimentos que teria que tomar, enquanto médica, perante um caso destes, referiu que "Por um lado, tem de se pensar na melhor maneira de gerir a situação e pedir ajuda quando necessário; por outro, há que confirmar a história do doente e, nesse caso, a intervenção tem de ser multidisciplinar (...) quando as crianças e adolescentes chegam ao médico, quer por via directa quer por via indirecta, é fundamental perceber a história, ouvir a descrição e interpretar as evidências e por fim fazer sempre um exame geral, sendo que a criança nunca deve ser forçada".
O abuso sexual de crianças e adolescentes é para Francesca Navratil um dilema no diagnóstico isto porque, "sempre que existe suspeita de abuso é preciso estudar e verificar a história da criança e, para isso, o tempo de examinação é crucial, uma vez que há várias patologias que se podem confundir com o que é resultado de uma situação de abuso". Infelizmente, e de acordo com as suas declarações, "poucas crianças apresentam sinais visíveis, o que torna o diagnóstico ainda mais complicado. Nesse sentido, vão continuar a existir alguns casos em que a suspeita realmente não se confirma".
Em jeito de alerta, a pediatra definiu abuso sexual como uma problemática que envolve muito mais que penetração e manipulação dos órgãos genitais. Para ela, o indivíduo ou, neste caso a criança, pode não perceber que é de facto, uma vítima. E isto porque se trata de uma relação de poder e onde, geralmente, o agressor tem uma estreita cumplicidade com a criança ou adolescente.
Na altura, estas afirmações, reveladas aquando das I Jornadas "Mulher: do Nascer ao Ser", chocaram e preocuparam milhares de pais, namorados e jovens por todo o País. No entanto, e ao contrário do que seria desejável, o choque e a preocupação mantêem-se mesmo após 6 anos passados.
Esperava-se, talvez ilusioriamente, que desde 2004 até aos dias de hoje, alguns avanços se viessem a verificar no sentido de diminuir os valores percentuais de violações sexuais. No entanto, e inacreditavelmente, o número de casos não baixou. Aliás, dados actuais indicam que 1 em cada 6 mulheres e 1 em cada 33 homens sofrerá uma violação sexual ao longo das suas vidas. No caso das crianças, os números são ainda mais assustadores - 1 em cada 4 meninas e 1 em cada 10 meninos serão vítimas de abuso sexual antes de atingirem os 18 anos de idade. Com base nestes números, acredita-se que se nada se fizer para tentar contrariar esta tendência, os números cresçam à medida que os anos passam...
Notícia sugerida pelo nosso seguidor Félix Vieira, a quem, desde já, agradecemos.

O GRUPO A agradece...

Antes de mais nada, o GRUPO A vem por este meio agradecer o apoio dado por toda a equipa do programa "As Tardes da Júlia" (TVI), aquando da nossa participação televisiva.
Estamos profundamente gratas pela oportunidade que nos deram de divulgar o nosso projecto mas, mais importante ainda, divulgar um tema grave e que diz respeito a todos nós! Agradecemos ainda a disponibilidade da Júlia Pinheiro que soube conduzir a entrevista da melhor maneira!
Não podiamos deixar de expressar, publicamente, a nossa gratidão por todos os comentários que temos recebido até ao momento... Não querendo menosprezar ninguém, saludamos os nossos mais recentes comentadores/seguidores: João Alves, Maty, Joana Correia, Isabel_F., Mrs. SICR, Monica, MadalenaSousa, Félix Vieira, Carlos Eduardo, Querido Franklin e Margarida Sousa.
Espero que todos continuem a visitar o nosso blogue e a manifestar interesse em mudar o panorama actual que é desanimador, no que concerne às violações sexuais. O nosso muito obrigada a todos!
NOTA: Não podíamos deixar de fazer uma especial referência ao post colocado pela MadalenaSousa AQUI!, no seu blogue "Palavras Soltas..." Muito obrigada!
Para todos os que não tiveram oportunidade de assitir à nossa entrevista ontem (9 de Fevereiro), prometemos publicar, logo que possível, o vídeo no blogue.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Participação no programa "As Tardes da Júlia"

Como tem vindo a ser notório, o GRUPO A tem feito o possível (e tentado até mesmo o impossível!) para divulgar ao máximo o seu projecto e o tema - Violações Sexuais.
Por isso mesmo, no próximo dia 9 de Fevereiro (terça-feira) os quatro elementos do Grupo estarão no programa televisivo "As Tardes da Júlia". Através de uma entrevista, que será conduzida pela já tão conhecida Júlia Pinheiro, irão contar a milhares de espectadores pormenores do trabalho que têm vindo a realizar até ao momento.
Só precisam de estar atentos e de ligar a televisão no canal 4 - TVI, nesse mesmo dia, a partir das 14h00! O GRUPO A conta com o vosso apoio e, no final da pioneira participação televisiva, fica à espera dos vossos comentários aqui, no nosso blogue, ou então na nossa página do Facebook!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Pensamento da Semana

O que os olhos não vêem, o coração sente.

Ditado Popular

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Duas mulheres violadas por engano no local de trabalho


Duas empregadas de escritório, uma delas deficiente, foram no dia 22 de Agosto de 2009, violadas e agredidas por dois indivíduos que as tomaram por prostitutas, no Seixal. A violação ocorreu no seu local de trabalho.

O crime ocorreu cerca das 10:30 horas, num prédio da Rua 1º de Maio, no Seixal. Os dois detidos, um de 20 anos e outro de 23, cadastrado e saído há cerca de um ano da cadeia (onde cumpriu pena por roubos à mão armada) foram apanhados em flagrante por elementos da PSP da Divisão do Seixal. No entanto, moradores do prédio adiantaram ao Jornal de Notícias, que já ao final da tarde do dia 21, pelo menos um dos suspeitos tinha rondado o prédio. Voltou, no entanto, a vê-lo, assim como ao cúmplice, no dia seguinte quando o duo bateu à sua porta, à procura de duas mulheres. De facto, os indivíduos pareciam estar inseguros quanto a quem se dirigirem, uma vez que estavam à procura de um apartamento onde residiriam duas prostitutas, de quem pretendiam serviços sexuais.

Os problemas começaram logo ao início da manhã, quando os dois homens se confrontaram com o porteiro do edifício. "Eles queriam entrar mas eu não deixei. Não queriam dizer onde pretendiam ir", contou o porteiro. Contudo, ainda conseguiram tocar à campainha de uma empresa, julgando tratar-se do apartamento ligado à prostituição. As duas funcionárias que ali se encontravam, de 23 e 36 anos, respectivamente, assustaram-se com as pretensões dos indivíduos, uma vez que terão sido muito explícitos quanto aos seus propósitos. Recusaram abrir a porta, mas isso não os demoveu. Pouco depois, os dois homens acabaram por tocar a outra campainha e a porta da rua foi aberta: "Eu já não podia impedi-los, porque alguém lhes tinha aberto a porta", justifica o porteiro. Dirigiram-se então ao sexto andar, bateram a duas portas, de apartamentos onde residem duas famílias. Disseram-lhes que era engano e foi então que se dirigiram à porta da empresa. Nesta altura, uma das funcionárias, apavorada, já tinha telefonado ao dono da firma. As duas empregadas voltaram a recusar a entrada aos indivíduos, explicando que ali não havia prostituição. Os dois homens reagiram de forma violenta, agredindo as duas mulheres, ao mesmo tempo que forçavam a entrada e fechavam a porta atrás de si. Uma das vítimas tem uma prótese numa perna, mas o facto não fez mudar de ideias os intrusos. Apesar dos apelos das mulheres, os dois homens obrigaram-nas a praticar vários actos sexuais ao mesmo tempo que as agrediam.

O proprietário da empresa chegou e deu conta de que a porta estava fechada. Ouviu gritos e barulho vindos do interior e ligou de imediato para a PSP. Pouco depois, chegava ao local um carro-patrulha de Trânsito, que estava mais próximo, e a seguir elementos da investigação criminal. "Isto encheu-se aqui de Polícia", contou uma comerciante. Os dois agressores foram detidos de imediato.
(in, Jornal de Notícias)