domingo, 29 de novembro de 2009

Pensamento da Semana

Os olhos são os intérpretes do coração, mas só os interessados entendem essa linguagem.

Blaise Pascal

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sessão de Cinema: "Sleepers - Sentimento de Revolta"

"SLEEPERS" (em português: "Sentimento de Revolta") foi o filme escolhido pelo nosso Grupo para a Sessão de Cinema que irá ter lugar no Auditório da Escola Secundária Eça de Queirós, dia 11 de Dezembro pelas 10:05h.

Decidimos realizar esta actividade principalmente, para mostrar à comunidade escolar a realidade vivida pelas vítimas de abuso sexual infantil. Neste filme, e através do soberbo leque de actores onde se destacam Brad Pitt, Robert De Niro, Dustin Hoffman e Kevin Bacon, podemos ver que as consequências de violação sexual são muito traumáticas e permanecem até mesmo na idade adulta.

De modo bastante sucinto, o filme retrata-nos a história de quatro jovens que, depois de enfrentarem o dia a dia num estabelecimento prisional, tomaram destinos de vida diferentes após serem libertados. Quando, por acaso, se voltam a encontrar percebem que por muito diferentes que sejam há algo que ainda os une - o sentimento de revolta!

Este filme brilhante, e que tem o dom de nos prender ao ecrã do início até ao fim, foi produzido e realizado por Barry Levinson e é uma adaptação da história verídica relatada pelo livro de Lorenzo Carcatera. E para os que ainda não tiveram oportunidade de o ver, deixamos aqui o trailer para aguçar a vossa curiosidade:

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Austrália pede desculpa por 40 anos de Abusos Infantis

O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, apresentou hoje um pedido de desculpas solene aos 500 mil "australianos esquecidos", vítimas de décadas de abuso em instituições públicas. A Austrália "pede desculpa por esta tragédia, esta tragédia absoluta, infâncias perdidas", afirmou Rudd perante milhares de sobreviventes destes "australianos esquecidos", provocando um forte aplauso no Parlamento.

Entre 1930 e 1970, centenas de milhares de crianças foram abusadas em Orfanatos e Lares adoptivos na Austrália. "Estamos hoje todos juntos para pedir desculpas à Nação. Para vos dizer, a vós, australianos esquecidos e aqueles cujos foram enviados para nós sem o seu consentimento, que pedimos desculpa." Em Fevereiro do ano passado, o primeiro-ministro australiano já tinha feito um pedido de desculpas histórico à "geração roubada", milhares de crianças aborígenes, retiradas à força das suas famílias até à década de 70, para serem colocadas em instituições de brancos.
(in, Jornal "i")

Notícia sugerida pela nossa seguidora Arabesco, a quem, desde já, agradecemos.

domingo, 22 de novembro de 2009

Pensamento da Semana

Ensinou-me que só o olhar não mente e que todo o real é verdadeiro.

Miguel Sousa Tavares
(in, "Não te deixarei morrer, David Crockett" - refere-se à mãe Sophia de Mello Breyner)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

"Quando os Olhos não Mentem" - GRUPO A

A partir de hoje, todos poderão ver os cartazes que o nosso Grupo elaborou para promover o tema "Violações Sexuais". Estão afixados um pouco por toda a Escola Secundária Eça de Queirós de modo a que todos fiquem a conhecer o GRUPO A e o endereço do nosso blogue.

Esperamos assim ter um bom feedback de toda a comunidade escolar!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pai e os seus Quatro Filhos acusados de Abusos Sexuais de Menores

Um pai e os seus quatro filhos, ambos de nacionalidade americana e acusados de abusos sexuais, compareceram pela primeira vez em tribunal na quinta-feira passada (12 de Novembro 2009). As equipas de investigadores recomeçaram as buscas, no mesmo dia, na propriedade rural dos mesmos e onde os alegados abusos foram cometidos há anos atrás.
Os suspeitos são Burrell Edward Mohler Sr. de 77 anos, e os seus filhos David (52 anos), Burrell Jr. (51 anos), Jared (48 anos) e Roland (47 anos). Três dos homens são pastores na Igreja da Comunidade de Cristo americana mas, a sua actividade está, por agora, suspensa.

Os cinco homens apareceram cabisbaixos perante o juiz que leu as acusações que impendem contra eles, incluindo sodomia forçada, violação de uma criança menor de 12 anos e uso de uma criança para práticas sexuais.
A Polícia acredita que pode encontrar um ou vários corpos e procura também, localizar frascos de vidro cheios com notas escritas pelas crianças onde estas descrevem os abusos de que foram vítimas. "Quando as vítimas eram mais jovens, elas escreviam o que lhes acontecia e punham-no nesses frascos antes de os enterrarem na propriedade esperando assim esquecer o que se tinha passado", indicou o porta-voz da Polícia de Missouri.
O sofrimento das crianças viu a luz do dia em Agosto, quando uma mulher de 26 anos foi à Polícia contar os abusos sexuais sofridos. A jovem mulher descreveu nove episódios de violência sexual que, segundo recorda, começaram quando tinha cinco anos e terminaram quando ficou grávida e teve de abortar com apenas 11 anos. Estas violências acompanhavam-se de elaboradas cerimónias de "casamento", durante as quais as raparigas deviam colher flores para enfeitar o cabelo e usar vestidos especiais para agradar os violadores. Foi também obrigada a ter relações sexuais com um cão e a assistir à violação do irmão, segundo relatam os documentos judiciais.

O porta-voz da polícia, Bill Lowe, recusou precisar se outros membros da família tinham conhecimento destes abusos ou se estavam presentes quando ocorreram. O xerife de Alumbaugh declara-se convencido que "havia outras vítimas", afirmando que "os pedófilos não param num único caso: eles continuam."
(in, Jornal "Público")

sábado, 14 de novembro de 2009

Pensamento da Semana

Leva um segundo para ver os teus olhos, mas uma vida para esquecê-los...

Maycon Lázaro Pinheiro

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"Ouço os passos dele no corredor..."

Ouço os passos dele no corredor.

A madeira do soalho range sempre,

como rangem as solas dos seus sapatos.

Fechei a porta mas sei que

não vai adiantar nada.

Ele consegue sempre o que quer.

Já ouço a maçaneta à roda devagarinho

e sinto a respiração pesada,

o hálito a cerveja,

o suor que lhe escorre do corpo.

Encolho-me, mas sei que não servirá de nada.

Ele consegue sempre o que quer.

E quer-me a mim...


Mário Cordeiro

domingo, 8 de novembro de 2009

Pensamento da Semana

Quem não compreende um olhar,
tampouco compreenderá uma longa explicação...
Mário Quintana

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Violação como Arma de Guerra

Recentemente, tive o privilégio de poder assistir a uma peça de teatro encenada por Isabel Medina, denominada “Monólogos da Vagina”. Foi um espectáculo que tão cedo não esquecerei não só pela sua componente crítica e cómica mas principalmente, pelo seu contributo para o enriquecimento cultural de todos os presentes. Para além de a recomendar vivamente, quer a homens quer a mulheres, esta peça da autoria de Eve Ensler, e representada de forma brilhante por Ana Brito e Cunha, Guida Maria e São José Correia, trouxe-me não só mais conhecimentos acerca do complexo mundo feminino mas também, interessantes e importantes referências em relação ao tema do nosso trabalho. E como não poderia deixar de partilhá-las com vocês, aqui deixo um caso real retratado na peça.

O monólogo de que vos quero falar, remonta para o período de 1991-1995, durante a Guerra da Bósnia, em que entre 20 000 a 40 000 mulheres foram sistematicamente violadas sexualmente. Estas “violações em massa” como são conhecidas, foram realizados no leste da Bósnia maioritariamente pelas forças sérvias no entanto, e por incrível que pareça, também unidades bósnias contribuíram, em menor escala, para este massacre que via o sexo feminino como o principal alvo. Através do visionamento de algumas imagens que levaram ao choque de toda a assistência da peça de teatro, ficámos a saber que as violações sexuais envolviam objectos de tortura tais como, paus, cabos de vassoura, cabos de espingardas e até mesmo, garrafas.

As violações como arma de guerra assentam na desigualdade da relação de força, porque quando o soldado armado e em grupo encara uma mulher, o impulso sexual alia-se ao prazer político do poder absoluto sobre outra pessoa mais fraca.

A violação é, por excelência, o crime de profanação contra o corpo feminino e, através dele, contra toda a promessa de vida da comunidade no seu todo. Este tipo de casos pode ser definido, em termos antropológicos, como uma tentativa de invadir o espaço histórico do outro, num desejo de quebrar a continuidade de determinada espécie ou cultura, neste caso acabar com a hereditariedade bósnia. Em termos simbólicos e para os violadores, a violação sexual era o método mais pertinente de “purificação étnica” e de “limpeza”, por muito revoltante que possa soar.

No final de contas, o crime contra a filiação não quer a morte do inimigo, quer que este não tenha nascido.

E para vermos como a Justiça tarda em chegar, ainda hoje milhares das mulheres que foram violadas nessa altura vêem os responsáveis pelo seu sofrimento fora das grades ou sem uma única punição. Até agora, tem sido negada a justiça às sobreviventes destes crimes, já que as forças militares e os grupos paramilitares a que os violadores pertenciam, permanecem livres de qualquer acusação. Alguns até se mantêm, de acordo com Nicola Duckworth, Director do Programa da Europa e Ásia Central da Amnistia Internacional, em posições de chefia ou vivem na mesma comunidades que as vítimas.