domingo, 6 de junho de 2010

Pensamento da Semana

"Viver é a coisa mais rara do mundo... A maioria das pessoas apenas existe."
Oscar Wilde

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Turismo Sexual e NAMBLA

A Organização Mundial do Turismo (OMT) definiu, em 1995, o turismo sexual como sendo “viagens organizadas, dentro do seio do sector turístico ou fora dele, que utilizam, no entanto, as suas estruturas e redes com a intenção primária de estabelecer contactos sexuais com os residentes do destino”.

Historicamente, as viagens sexuais e a prostituição têm sido muitas vezes associadas. De facto, quando olhamos para a história do turismo podemos verificar, através das ruínas de antigas grandes cidades, que era frequente estas receberem visitantes que se deslocavam até lá unicamente com esse intuito. Já há cerca de dois milénios existiam bairros de prostitutas (muitas delas crianças menores que eram muitas vezes "vendidas" pelos próprios familiares, inclusive pelos próprios pais), constituindo exemplos deste facto as ruínas das cidades de Éfeso (Turquia), Babilónia (Iraque) e Pompeia (Itália).

Ultimamente, o Turismo Sexual tem sido reconhecido como uma das atracções turísticas de vários países do Sudeste Asiático e da América Latina (mais propriamente, nas áreas mais degradadas do Brasil). Imensos grupos de pedófilos organizam, anualmente (ou até mesmo com mais frequência), viagens a determinados locais com vista a ter relações sexuais com crianças que se sujeitam a este tipo de situações em troca de dinheiro, comida ou lugar para dormir ou então, são obrigadas e coagidas a tal.
Assim sendo, uma das associações que defende o Turismo Sexual é a NAMBLA, uma Associação Americana que defende o Amor entre Homens e Meninos (North American Man and Boy Love Association). Por outras palavras, e mais objectivamente, trata-se de uma associação de activismo pedófilo homossexual pouco conhecida nos Estados Unidos da América, com base em Nova Iorque e São Francisco, mas que conta com muitos membros e que, aos olhos da lei, é perfeitamente legal porque apenas promove o "amor" entre adultos e crianças. Entre muitas outras ideias, a NAMBLA opõe-se à ideia de uma idade mínima para uma pessoa ter relações sexuais (idade de consentimento).

As teses defendidas pela NAMBLA, e sua simples apologia, são ilegais em inúmeros países. No entanto, a sua advocacia sexual é garantida nos EUA pelo “First Amendment”. Para os seus críticos a NAMBLA não passa da fachada legal de uma rede de violadores de crianças e pedófilos que traficam técnicas de sedução e pornografia infantil e organizam viagens para promover o sexo ilícito.
Em 2005, uma operação policial do FBI prendeu vários integrantes da NAMBLA que negociavam viagens para o México, a fim de terem relacionamentos sexuais com meninos. Os sete membros da NAMBLA acusados de actos criminosos constituem uma fatia representativa da sociedade americana em geral: um dentista de Dallas, um professor especializado de Pittsburgh, um professor substituto da Carolina do Sul, um faz-tudo do Novo México, um comissário de bordo de Chicago (que também era psicólogo), um operário de fábrica de papel e um treinador particular, ambos da Florida. Foi preso também um pastor protestante. Também foram encontradas pistas que envolviam um padre católico.

domingo, 30 de maio de 2010

Pensamento da Semana

"As pessoas são como arco-íris... Nunca se entendem nas sete cores.
Se se entenderem em três ou quatro, já é bom!"

António Lobo Antunes
(na Grande Entrevista, RTP1, 22-10-2009)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Famosos Vítimas de Violação Sexual

Já vimos que a violação sexual afecta qualquer pessoa, independentemente do seu sexo, raça, idade ou até mesmo, estatuto social. Assim sendo, algumas personalidades famosas, que apesar de nos apresentarem uma “imagem de perfeição”, são/foram vítimas deste flagelo. Por isso mesmo, e em jeito de curiosidade, aqui estão alguns casos de violações sexuais a famosos, que demonstram o quão dura e cruel é esta realidade.


José Castelo-Branco:
A figura pública do jet set português revelou à comunicação social ter sido violado por um homem de 26 anos quando tinha apenas 11 anos. A situação foi de tal modo traum
atizante que o levou a ganhar aversão ao sexo masculino e a, segundo ele, optar por não ter relações homossexuais.

Madonna:
A escritora Lucy O’Brien, numa das suas publicações, afirma que a famosa cantora foi violada sexualmente, aos 18 anos, quando vivia em Nova Iorque. Ela explica que um homem a obrigou a subir a um prédio e a fazer-lhe sexo oral. Este tipo de casos já aconteceu com diversos cantores e/ou actores, em início de carreira, qu
e são violados, principalmente, por alegados empresários ou scouters (pessoas que recrutam pessoas com capacidade de singrar no mundo do espectáculo).

Marilyn Monroe: Acredita-se que tenha sido violada pelo seu caseiro quando tinha apenas 8 anos de idade. No entanto, e devido à sua figura ter-se tornado bastante mediática nos anos XX, afirma-se também que foi alvo de várias assédios sexuais durante a sua vida.

Virginia Woolf: A famosa escritora britânica foi vítima de abuso sexual por parte de dois dos seus irmãos durante a sua infância. Um diagnóstico revela que a escritora sofria de doença bipolar, o que levou a que suicidasse aos 59 anos. É certo que esse seu distúrbio poderá estar, ou não, relacionado com o truama ocorrido na infância mas é certo que contribui para o seu agravamento.


Maya Angelou: Esta célebre poeta afro-americana foi violada aos 7 anos de idade pelo namorado da sua própria mãe. Esta violação sexual teve repercussões muito graves na sua vida, nomeadamente, levou-a a muitos anos de mudez devido ao choque sentido. Porém, Maya afirma que superou o trauma com a ajuda de uma vizinha sua e claro, através da escrita.

Sinead O'Connor: A cantora foi abusada física, sexual e emocionalmente pelos seus próprios pais e é através das suas canções que expressa a dor que sente. Contudo, só recentemente é que teve coragem de falar publicamente acerca da relação abusiva vivida durante a infância.

Pamela Anderson: A famosa actriz e modelo revelou, numa entrevista, que foi violada sexualmente quando era adolescente. No entanto, afirma só se ter lembrado do ocorrido décadas depois, porque, segundo ela, "Eu bloqueei mentalmente o trauma".

Oprah Winfrey: Foi por volta dos 9 anos que começou o calvário de violações sexuais da apresentadora mais aclamada dos EUA. "Fui violada quando tinha 9 anos por um primo, e nunca disse nada a ninguém até ter quase 30 anos. Fui, também, abusada sexualmente por um amigo da família, e depois por um tio. Era uma coisa continuada, tanto que, comecei a pensar que a vida era assim..."


domingo, 23 de maio de 2010

Pensamento da Semana

"Para encontrar a esperança é necessário ir além do desespero."
George Bernanos

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Abuso Sexual de Menores

O abuso sexual de menores é uma forma de abuso infantil e diz respeito a qualquer acto sexual abusivo praticado contra uma criança ou adolescente. Embora se pense que o abusador é sempre uma pessoa adulta, há casos em que um adolescente abusa sexualmente uma criança. Neste tipo de casos prevalece o factor da idade de consentimento que varia conforma a legislação de cada país. Por exemplo, no México é de apenas 12 anos; em Espanha já é de 13; e, por outro lado, no Reino Unido é de 16 anos. Em Portugal, tal como acontece no Brasil, Itália, Alemanha, Áustria e China, a idade de consentimento é de 14 anos. Isto significa que qualquer pessoa que pratique sexo com um menor de 14 anos de idade é punido por lei, mesmo que o acto sexual tenha sido consentido e não tenha envolvido violência.


Existem duas formas de abuso sexual de menores:
1. Com contacto físico - que engloba a violência sexual (forçar a relação sexual com recurso a ameaças verbais ou violência física) e a exploração sexual (pedir ou coagir uma criança ou jovem a participar em actos sexuais em troca de dinheiro ou outra forma de pagamento).

2. Sem contacto físico - que engloba o assédio (falar de sexo de forma exageradamente vulgar à frente de um menor), o exibicionismo (mostrar as partes sexuais com intenção erótica), o constrangimento (ficar a observar crianças e jovens com ou sem roupa de maneira intimidatória) e a pornografia infantil (tirar fotos ou filmar poses pornográficas ou de sexo explícito).

Há ainda o incesto que, sem dúvida alguma, é um dos piores (se não o pior!) tipo de abuso sexual de menores, podendo envolver contacto físico ou não. Não há dúvidas que o incesto tona o abuso sexual infantil muito mais difícil de ultrapassar, porque interrompe o sistema de suporte da criança - a família. Quando uma criança é abusada por um desconhecido, a família é capaz de a apoiar e dar a sensação de segurança. Mas, quando o abusador é um familiar, a palavra “família” perde todo o seu sentido e esta deixa de ser capaz de fornecer suporte ou uma sensação de protecção. Como as crianças têm muitas vezes recursos limitados fora da estrutura familiar torna-se difícil o “virar da página”, já que a sua confiança é destruída por uma das pessoas que deveria proteger e cuidar dela.

Uma violência sexual praticada contra uma criança ou adolescente pode repercutir-se em danos a vários níveis: físico, psicológico ou de comportamento. Embora de natureza diferente, são todas igualmente prejudiciais para a vítima e perduram durante muito tempo se esta não tiver nenhum tipo de aconselhamento. Vejamos então o seguinte vídeo alemão - "Dunkelziffer Tentacle"
- que mostra de que forma as marcas de um abuso sexual, ocorrido durante a infância, podem perdurar até ao final da vida.

sábado, 15 de maio de 2010

Pensamento da Semana

"Quem não nos permite chorar obriga-nos a isso"
Sêneca

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Mini-Congresso ESEQ

No passado dia 12 de Maio de 2010, pelas 17 horas, decorreu a palestra do Grupo A, no Auditório da Escola Secundária Eça de Queirós. Esta apresentação final do Projecto "Quando os Olhos não Mentem" - Violações Sexuais, realizou-se no âmbito de uma actividade anual denominada Mini-Congresso ESEQ. Dois dias (11 e 12 de Maio) foram reservados para esta actividade que contou com a apresentação de 88 Palestras, das turmas de Área de Projecto do 12º Ano, e com 60 convidados.

A apresentação do projecto do Grupo A foi o culminar de um ambicioso trabalho que contou com uma data de produtos finais: a criação de um blogue; a realização de uma Sessão de Cinema; a realização de uma Acção de Sensibilização; a execução de um livro (que compila toda a parte teórica, isto é, toda a informação recolhida acerca do tema) e de um DVD (que complementa o livro já que contém reportagens, vídeos, fotografias, etc); e ainda; a realização de uma Petição - "Justiça para as Vítimas de Violações Sexuais!" (que será entregue à Assembleia da República no final do ano lectivo). Paralelamente a tudo isto, o nosso Grupo ainda procedeu à elaboração de T-SHIRTS, autocolantes, marcadores de livro, cartazes, pulseiras e fotografias dos olhos de várias pessoas de toda a comunidade escolar (decorrentes da sessão fotográfica feita na Acção de Sensibilização e entregues no Mini-Congresso à assistência com o objectivo de que esta adivinhasse a quem pertenciam). Finalmente, é importante ainda referir que o Grupo, numa tentativa de cobrir as despesas resultantes do projecto, vendeu pins e sacos de bolachas na Acção de Sensibilização (ver fotografia).


Deste modo, o Grupo quer agradecer aos convidados que enriqueceram a nossa palestra - Dr. Diamantino (vereador do Pelouro da Cultura e Educação da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim), Dr.ª Tânia Correia (advogada da Póvoa de Varzim) e Dr.ª Catarina Sá (Psicóloga da Casa do Regaço) - e também a todos que contribuiram para o sucesso do nosso projecto: Professor Arnaldo Pedro, Escola Secundária Eça de Queirós, Xecprint, Etiquetas, Zuarti, Pinoteca, Casa do Papel, Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Casa da Juventude, Pavilhão Municipal, Escola de Música, Diana Bar, Escola E. B. 2/3 Dr. Flávio Gonçalves, Escola Secundária Rocha Peixoto, Casa da Cultura, e finalmente, aos familiares, amigos e toda a comunidade escolar. A todos, o nosso muito obrigada!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Mitos sobre as Violações Sexuais


Existem numerosos mitos acerca das violações sexuais que constituem um perigo para a sociedade em geral. Isto porque nos levam a acreditar em determinadas coisas que, na realidade, não passam de rumores. Assim sendo, passaremos à apresentação de alguns, com o objectivo de esclarecer a população em geral relativamente a este assunto:

1. MITO: "Nunca serei violada(o), por isso não tenho que me preocupar com esse assunto"
FACTO: 1 em 6 mulheres e 1 em 33 homens serão vítimas de violação sexual, em qualquer momento da sua vida. Mais surpreendentemente ainda, 1 em cada 4 raparigas e 1 em cada 10 rapazes serão vítimas de abuso sexual antes mesmo de atingirem os 18 anos.

2. MITO: "Os violadores, geralmente, são pessoas desconhecidas da vítima"
FACTO: Cerca de 80% das violações sexuais envolvem pessoas conhecidas pela vítima (sendo 34,2% dos violadores membros da família, 38,7% conhecidos [professores, amigos, vizinhos, etc] e apenas 7% eram desconhecidos para a vítima).

3. MITO: "As vítimas, logo após serem violadas, contam logo o sucedido às pessoas que mais confiam"
FACTO: Infelizmente, 80% a 90% dos casos de violação não são denunciados à polícia. E, muitos deles, são denunciados anos mais tarde, tornando-se muito difícil arranjar provas suficientes para condenar o violador.

4. MITO: "As violações sexuais ocorrem mais à noite e em sítios escuros e perigosos"
FACTO: A maioria dos assaltos ocorre na casa da vítima ou do agressor (4 em 10 das violações ocorreram na casa da vítima, 2 em 10 das violações na casa de um amigo, vizinho ou parente e 1 em 12 das violações ocorreram em uma garagem) e não acontecem unicamente à noite, já que apenas 43% das violações sexuais ocorrem entre as 18 horas e a maia-noite. Logo, qualquer pessoa, a qualquer momento e em qualquer lugar pode ser violada sexualmente.

5. MITO: "Não se trata de violação se o agressor é namorado/a ou marido/esposa da vítima ou se eles já fizeram sexo antes"
FACTO: A vítima tem o direito de decidir o que ela faz com o seu corpo em todos as situações, se ela não quiser fazer sexo é a sua decisão e portanto, não deve ser forçada a fazer algo que não queira, mesmo que já tenha, voluntariamente, feito sexo com a mesma pessoa anteriormente.

6. MITO: "Todos os violadores sexuais são presos"
FACTO: Era óptimo se todos os violadores fossem punidos e possivelmente, presos, para que não voltassem a fazer sofrer mais ninguém. Contudo, para já, tal não acontece visto que a maior parte das vítimas não os denuncia e por isso, as autoridades nada podem fazer. Além disso, está provado que 15 dos 16 violadores que são presos, acabam por sair em liberdade muito antes de concluirem a sua pena. Sabe-se também que 46% dos violadores sexuais que são presos, após sairem da cadeia, voltam a cometer o mesmo tipo de crimes. Infelizmente os números não são muito animadores, já que nos indicam que quando uma violação sexual é denunciada a probabilidade do abusador ser preso é somente de 50,8%. No entanto, caso isso aconteça, a probabilidade do mesmo ser julgado é de 80% e a de ser acusado é de 58%. Assim, conclui-se que a probabilidade do agressor ficar na prisão é de 16,8%.

domingo, 9 de maio de 2010

Pensamento da Semana

"O silêncio é a alma das violências sexuais"
Anna Salter

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Obrigados a Fazer Sexo em Grupo

As crianças eram violadas e forçadas a manter relações sexuais entre si. A mãe foi libertada depois de confessar os crimes e assumir ter sido vítima de abuso em criança.
Os abusos sexuais começaram muito cedo, poucos anos depois de os menores nascerem. Quase todos os dias, os três irmãos – actualmente a menina tem 9 anos e os rapazes 11 e 13 – eram violados pelos pais. Em outras ocasiões eram obrigados a ter sexo entre si, enquanto o casal assistia. O pai e a mãe foram presos, em Vila do Conde, mas a confissão da mulher, aliada ao facto de ela própria ter sido vítima de abuso em criança, determinaram a sua libertação. O marido vai para a cadeia até ao julgamento. As crianças estão entregues à Segurança Social.
O escabroso caso só ficou conhecido no dia 30 de Abril. Um dos menores denunciou-os na escola a um professor, que avisou imediatamente a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco. A partir daí, a intervenção das autoridades foi exemplar. A CPCJ avisou o Ministério Público que, minutos depois, relatava o caso à Polícia Judiciária do Porto. No mesmo dia, os pais foram presos e as crianças foram protegidas da família.
Ouvidos no Tribunal de Vila do Conde, a juíza foi sensível às explicações da mulher. Confessou integralmente as violações, mas garantiu que ela própria era espancada pelo marido e que o medo a levava a participar nos abusos aos filhos. Além disso, quando era criança, disse ainda a mãe, que foi vítima de abusos. A sua capacidade crítica para os comportamentos do marido estava claramente diminuída.
O marido recusou as acusações e tentou desmentir os três filhos que já tinham falado com as autoridades policiais. As crianças contaram ao pormenor os momentos de terror que viveram e relataram que os actos sexuais eram quase sempre em grupo – pai, mãe e filhos. As crianças contaram ainda que também tiveram sexo entre si e que durante anos acharam que aquele comportamento que lhes era imposto era normal. Era assim que estavam habituados a viver em família, era assim que eram obrigados a viver nas quatro paredes da casa.
O casal e os três filhos viviam há vários anos numa casa bastante humilde, situada em Vila do Conde. Apesar de o casal ter emprego, sempre viveram em dificuldades financeiras e por vezes os menores chegavam a passar necessidades.

Entre os vizinhos e amigos, o casal escondia a todo o custo o que se passava dentro de casa. Embora o casal tivesse muitas carências, para os que os conheciam constituíam uma família normal. Os pais obrigavam ainda os menores a manterem o silêncio sobre os abusos sexuais e avisavam que o que se passava entre eles tinha que ser mantido em segredo. As autoridades não conseguem, no entanto, precisar para já com que idade exacta as três crianças começaram a ser vítimas de abuso, mas segundo os relatos dos menores terá sido bastante cedo, quando ainda eram muito novos.

(in, "Correio da Manhã", 30 de Abril de 2010)

domingo, 2 de maio de 2010

Pensamento da Semana


"Olhos como estes nunca se viram, claros de cinzento, ou verde, ou azul, que com a luz de fora variam ou o pensamento de dentro."

José Saramago
(in, "Memorial do Convento" - refere-se aos olhos de Blimunda)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

As "Pulseiras do Sexo"

Um problema que tem vindo, recentemente, a afectar vários adolescentes é o uso das chamadas "Pulseiras do Sexo". À partida, estas são consideradas pulseiras, de silicone colorido, completamente inofensivas, no entanto o significado das suas cores tem uma conotação sexual explícita (como podemos verificar na imagem acima). Segundo o código que rege esta perigosa brincadeira, a pessoa que conseguir rebentar uma das pulseiras tem o direito de exigir a forma de contacto físico correspondente à sua cor.

Esta brincadeira de divertida e inócua, transforma-se num grave problema que tem dado, nestes últimos tempos, origem a um significativo aumento de casos de violações sexuais de raparigas. Estas pulseiras passaram a ser tema do dia na comunicação social inglesa, quando uma rapariga de 13 anos foi violada por três rapazes, em Londres. Segundo as autoridades, o crime terá sido motivado pelo uso do adereço.

A vítima foi abordada pelos três jovens, que lhe rebentaram a pulseira, cobrando de seguida a respectiva forma de contacto físico. Neste caso, a pulseira a ser rompida foi de
cor preta e, portanto, a rapariga teria que praticar relações sexuais com os rapazes. A rapariga foi coagida pelos três adolescentes a ir para a casa de um deles, onde acabou por ser abusada sexualmente. Os envolvidos não se conheciam, o que leva as autoridades a assumirem que o que terá desencadeado a agressão foi a "Pulseira do Sexo". A jovem está agora a ter acompanhamento psicológico. Por outro lado, os agressores, um deles maior de idade, aguardam decisão do tribunal.

Apesar deste jogo ter começado no
Reino Unido, também já há relatos do seu uso no Brasil, onde a polémica está instalada: duas adolescentes que as usavam foram encontradas mortas após sinais de violação sexual. As autoridades brasileiras estão a investigar a ligação dos homicídios com o jogo, uma vez que foram encontradas pulseiras rebentadas, caídas ao lado de ambos os corpos. No Brasil, o uso das controversas pulseiras está na ordem do dia, tanto na imprensa como nas escolas, associações de encarregados de educação e, até mesmo, na política. Em cima da mesa já está um projecto de lei que proíbe o uso dos adereços nas escolas municipais.

É importante, desta forma, alertar toda a comunidade para que este tipo de jogos não venha a desencadear, no nosso país, crimes tão significativos e complexos como estes, porque, de facto,
uma violação sexual é um acto terrível que pode destruir a vida de muitos…

sábado, 24 de abril de 2010

Pensamento da Semana

Quando olho com a "mente", consigo ver melhor o "interior" do ser humano.
Voninha

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Pecados da Igreja


As celebrações do quinto aniversário do Papa Bento XVI ficaram pautadas pela multiplicação de denúncias de abusos sexuais cometidos por sacerdotes, um pouco por todo o Mundo. Um escândalo que ameaça não só o seu pontificado como também a beatificação de João Paulo II... Muita tinta ainda há-de correr sobre o assunto, certamente!


A 19 de Abril, Bento XVI cumpriu cinco anos como líder da Igreja Católica sem cumprir a sua principal promessa: acabar com a corrupção sexual e afastar os que a encobriram, na sua maioria membros da hierarquia. A realidade fala por si. A cada dia que passa descobrem-se novos casos de abusos sexuais e de maus tratos em centros de ensino católicos. E muitos sacerdotes, em vez de combaterem essas práticas, parecem mais preocupados em arranjar justificações - "Há pessoas que tentam prejudicar-nos, mas a Igreja conta com a ajuda do Altíssimo", garante o secretário de Estado do Vaticano (equivalente a Ministro dos Negócios Estrangeiros), Tarcisio Bertone.
A agravante do Papa ter pedido somente, através da decepcionante carta pastoral aos católicos irlandeses (para saber mais sobre este assunto consultar o post de 25 de Novembro de 2009 "Austrália pede desculpa por 40 anos de Abusos Infantis"), para que os bispos enfrentassem os problemas com "coragem" levou a crer que as indemnizações para as vítimas e as sanções para os culpados tinham sido deixadas de lado. Uma reminiscência de outra atitude que este teve perante os desmandos dos Legionários de Cristo, tolerados durante dezenas de anos. A verdade é que o fundador desta congregação, presente em vários países há mais de seis décadas, Marcial Maciel, sempre esteve nas boas graças de Roma, até contava com a amizade do Papa João Paulo II. Contudo, Marcial Maciel não passa de um inveterado violador de menores e é pai de meia dúzia de filhos. É importante referir que, boa parte das suas vítimas foram alunos do seminário de Ontaneda, no Norte de Espanha, submetidos também aos abusos de outros sacerdotes da Instituição. Embora as denúncias contra Maciel tenham chegado à secretaria do Papa polaco o que é certo é que nada foi feito em relação às mesmas. Maciel prosseguiu, sem qualquer punição, a sua vida até que, em 1994, o Papa João Paulo II o nomeou Guia para a Juventude.
O escândalo mais gritante de abusos sexuais ocorreu no séc. XVII, nas chamadas Escolas Pias, apontadas como os primeiros estabelecimentos públicos e gratuitos da História, frequentados por órfãos e crianças de rua. Inacreditavelmente, Stefano Cherubini, padre e membro de uma família abastada e bem relacionada no Vaticano, conseguiu esconder a sua pederastia* ao ponto do Papa Inocêncio X levar quinze anos para tomar medidas.
Outro caso aconteceu, mais recentemente, no Brasil onde o Monsenhor Luis Marques Barbosa foi confrontado com um vídeo protagonizado pelo mesmo e por Fabiano Ferreira (19 anos) e Cícero Flávio (20 anos). Nestas imagens era visível a prática de sexo oral pelos três, junto ao altar e ao crucifixo. Ironicamente, o Monsenhor Luis, conhecido por ter bastante pudor e proibir o uso de mini-saia pelas mulheres nos Casamentos e até mesmo, de pedir várias vezes aos noivos para que cobrissem os decotes das noivas, é a mesma pessoa que "colocava as mãos nos nossos órgãos nas missas e pedia beijos na boca", dizem as vítimas que dizem ser molestados desde os 11 anos pelo mesmo sacerdote de 82 anos. O Monsenhor Luis ainda tentou comprar o DVD por 16 mil euros mas, as vítimas tinham outra cópia que fizeram circular. Até agora mais nada foi feito nem dito para além das desculpas do acusado, "Deus perdoa, Deus é perdão". Todavia, as reacções a este escândalo são visíveis: 74% dos 190 milhões de brasileiros são católicos no entanto, várias Igrejas ficaram fechadas por falta de fiéis e os pais impedem os filhos de as frequentarem.


1 100 é o número de vítimas de abusos sexuais nos EUA, entre 1950 e 2002.
4 400 é o número de sacerdotes católicos dos EUA que cometeram abusos sexuais, no mesmo período de tempo.
20 000 é o número de sacerdotes católicos que poderão estar envolvidos em escândalos de abusos sexuais de menores, segundo o Vaticano.
3 000 é o número de casos de abusos sexuais que foram comunicados ao Vaticano, desde 2001, segundo as suas fontes.

*PEDERASTIA: Designa o relacionamento erótico entre um homem e uma criança (do sexo masculino). Embora o termo tenha caído em desuso, também pode designar qualquer relação homossexual masculina.

(in, Visão - 25 de Março de 2010)

sábado, 17 de abril de 2010

Pensamento da Semana

Quando deixarmos de ter esperança, é melhor apagarmos o arco-íris.
Mário Lago

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Porque se comete uma violação sexual?


Uma das questões mais difíceis de entender, é realmente, porque se comete uma violação sexual?

Vários sexólogos e psicólogos têm vindo a realizar vários estudos para tentar perceber o que leva a uma pessoa a praticar uma acção tão monstruosa e violenta, como a violação, contra outro ser humano. No entanto, nenhum estudo encontrou razões concretas acerca do que levava um indivíduo a cometer esse crime, mas sim alguns motivos que possivelmente poderiam explicar este acto.

A violação não é uma simples acção, e não há uma explicação fácil para ela porque, todos os violadores são diferentes e logo, as suas razões também.
Infelizmente muitas pessoas acreditam que a violação trata-se apenas de um crime sexual, ou seja, o violador abusa sexualmente outro, porque ele tem carência de relações sexuais. Mas a maioria de psicólogos criminais caracterizam a violação como um crime de poder, de dominação e de degradação de outro indivíduo. Uma vez que, o violador poderia obter prazer sexual sem ter que obrigar alguém a força.
Assim a violação sexual corresponde, em geral, a necessidade do Criminoso Sexual de:

  • Reafirmar o seu poder em submeter a vítima. O acto violento vem compensar ou reafirmar seu domínio (superioridade sexual) diante da insegurança que o tortura. Por outras palavras, o violador utiliza a violência na intenção de elevar a sua auto-estima. É por isso que a maioria das vítimas são crianças, jovens e mulheres porque, quer fisicamente quer psicologicamente, eles são mais fracos. Quando se trata de um frustrado ou inseguro sexual, costuma-se impor na possessão sexual violenta da sua vítima como forma de compensar essa insegurança que sente e vive. Eles actuam com violência para conquistar o seu objectivo, que é ter uma(s) relação(ões) sexual(uais). A violação acaba também por ser o meio através do qual o violador afirma a sua identidade pessoal e sexual. O agressor é designado o “Violador do Poder.”

  • Violador conseguir o orgasmo submetendo a vítima como uma solução última para resolver o seu conflito para obter prazer orgásmico. A utilização da força e da agressão tem por objectivo a excitação sexual, já que, através do perigo e da violência consegue o que não atinge numa actividade sexual convencional.

  • Afirmar o seu machismo/feminismo, já que é habitualmente esta necessidade que se expressa através das violações como uma forma de prepotência masculina ou feminina, para reafirmar a sua identidade sexual.

  • A violação é ainda a forma que o violador tem de se vingar e de expressar o seu ódio ou mágoa derivado a um acontecimento passado. É forma que o agressor arranjou de aliviar a dor e reparar as injustiças reais ou imaginárias que sofreu durante a vida. Ele pode ter antecedentes de maus-tratos na infância, traumas infantis, ser filho de pais adoptivos ou de pais divorciados, entre outros. Estudos americanos vieram desmentir a ideia de que os violadores cometem este crime porque durante a infância também eles sofreram de abusos sexuais. De facto a maioria nunca chegou a ser violado. Logo, descarregam contra a vítima toda a sua raiva. Este agressor é chamado o “Violador da Fúria).

Estes são, entre muitos outros, alguns dos motivos que levam um violador a cometer este tipo de crime.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Votos de umas Boas Férias e de uma Páscoa feliz!

O Grupo A entra a partir de hoje, oficialmente, em férias da Páscoa! Desta forma, só voltaremos a actualizar o blogue dia 14 de Abril de 2010 (quarta-feira), altura em que esperaremos novos comentários e sugestões da vossa parte.

Assim, aproveitamos esta deixa para desejar uma época festiva feliz a todos os visitantes do nosso blogue e ainda, para recomendar um filme que se encontra disponível em várias salas de cinema espalhadas pelo País - "Precious" - e que vem de encontro ao tema do nosso projecto, violações sexuais.

Clareece "Precious" Jones, personagem interpretada por Gabourey Sidibe, vive num ambiente de tensão e de desajustamento familiar, em Harlem (EUA). Esta adolescente afro-americana, obesa e analfabeta passa, ao longo do filme, por diversos problemas, nomeadamente, uma relação destrutiva com a mãe, violações sexuais, humilhação e preconceito por parte dos colegas, contracção do vírus HIV e até mesmo, segunda gravidez pela parte do seu próprio pai.
Com interpretações brilhantes e surpreendentes (tais como a de Mo'Nique, Mariah Carey, Paula Patton que desempenham o papel de mãe, psicóloga e professora, respectivamente) e 6 nomeações para os Óscares (entre os quais de melhor filme, realizador, actriz principal e actriz secundária) "Precious" vem-se revelando um dos melhores filmes dos últimos tempos.
Apoiado, no nosso País, pela APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), este é um drama baseado no livro "Push", de Sapphire, com Oprah Winfrey e Tyler Perry como produtores e Lee Daniels como realizador, que vai certamente levar muitos portugueses às lágrimas nestas férias...
Para os que ficaram curiosos, recomendamos que vejam o trailer AQUI!, no site oficial do filme.

domingo, 28 de março de 2010

Pensamento da Semana

"O sorriso pode mentir, mas os olhos denunciam-nos sempre!"
Ataíde Lemos

quarta-feira, 24 de março de 2010

Detido o Violador de Telheiras

Discreto, simpático, prestável, instruído e dono de um olhar expressivo, era assim que os vizinhos, em Massamá, Sintra, viam o Henrique Paulino Sotero, de 30 anos, engenheiro químico, até eles descobrirem que este era, afinal, o violador de Telheiras- responsável por mais de dez crimes sexuais contra menores.
Por trás de tanta simpatia, quando se cruzavam com o engenheiro químico nas escadas do prédio, nunca desconfiaram que este alguma vez fosse um predador sexual. Henrique Sotero foi detido no dia 5 de Março de 2010, na empresa de telecomunicações ZON, confessando à Polícia Judiciária e ao juiz mais de 40 violações.
Os vizinhos não tinham qualquer razão de queixa. "O Henrique violador? Não acredito! A vida dele com a sua companheira de três anos corria bem e até estavam a planear em ter uma família ainda este ano!"-confessou uma vizinha. "Olhei tantas vezes para o retrato-robô e nunca pensei que fosse ele." No entanto, há quem também se sinta aliviado. "Ainda bem que foi detido, pois tenho duas filhas e fico feliz por não lhes ter acontecido nada!"
As queixas das vítimas do violador de Telheiras apontavam todas para Terças-feiras ao fim do dia, dentro de prédios, onde as raparigas eram forçadas a fazer sexo oral. Depois de ter sido abordado por vários inspectores da PJ, em Outubro, Henrique teve o sangue-frio para desaparecer e disfarçar. Depois de vários anos a violar raparigas impunemente, ele parou de atacar, mudou de visual, deixou a barba crescer, e começou a planear a sua defesa. Ainda resistiu até Março, aquando da publicação, em toda a imprensa , do seu último retrato-robô. Em poucos dias Henrique Sotero foi denunciado à PJ por alguém do seu conhecimento.
Ao sair do interrogatório, o violador de Telheiras terá dito que o seu comportamento era compulsivo e que violava raparigas desde do tempo da faculdade.
(in, Jornal "Correio da Manhã)

Esta notícia surge após a publicação do post, no dia 27 de Janeiro de 2010, intitulado "Predador português faz mais de dez vítimas", no qual o Grupo A fornece aos seus visitantes e seguidores a descrição do Violador de Telheiras e dos seus ataques.

domingo, 21 de março de 2010

Pensamento da Semana

"A alma não teria arco-íris se os olhos não tivessem lágrimas"
John Vance Cheney

quarta-feira, 17 de março de 2010

"Abuso Sexual em Crianças"

Com o objectivo de contribuir na luta contra o abuso sexual em crianças, esta nova edição, revista e actualizada do best-seller "Abuso Sexual em Crianças" da autora Christiane Sanderson, oferece estratégias práticas para a protecção das crianças, além de capacitar pais e professores a distinguir o desenvolvimento normal do desenvolvimento sexual atípico e a reconhecer os sinais de advertência do abuso sexual infantil.

Quanto mais por dentro do assunto e à vontade os professores e pais estiverem, mais fácil será para eles entenderem e conversarem abertamente com as crianças sobre o desenvolvimento sexual. Este livro oferece, portanto, orientação a respeito de como discutir sobre comportamentos apropriados e não apropriados e sobre os perigos do abuso sexual, considerando a idade das crianças.

Com este livro, a autora apresenta informações sobre violadores e meios de protecção contra algumas das suas tentativas de acesso a crianças. Armados com o conhecimento correcto e a orientação prática sobre abuso sexual infantil oferecidos neste livro, pais, professores e outros profissionais da área serão capazes de confrontar a ameaça com a qual os seus filhos se podem deparar e adoptar atitudes funcionais para protegê-los contra isso.

Recomendamos, assim, este livro a todos os visitantes do blogue, uma vez que é sempre importante estarmos atentos às atitudes dos outros para nos defendermos e protegermos da melhor maneira possível, isto porque os violadores sexuais, infelizmente, existem num número muito superior àquilo que pensamos...

Notícia sugerida por Ivone Neto, a quem, desde já, agradecemos.

sábado, 13 de março de 2010

Pensamento da Semana

"Como é estranho que tenhamos todos olhos diferentes"
Graham Swift

quarta-feira, 10 de março de 2010

Pedófilo poveiro fica em Prisão Preventiva

"MARIA" (nome fictício) tinha apenas seis anos quando o pai a violou pela primeira vez. Assustada, só queria que o mesmo não voltasse a acontecer. Mas dias depois, o homem, de 39 anos, voltou a fazer o mesmo e a situação chegou mesmo a piorar. O pai além de a sujeitar a diversas práticas sexuais, espancava-a e obrigava-a a ver filmes pornográficos.
Durante treze anos a criança foi obrigada a manter-se em silêncio e "MARIA", agora com 19 anos, já perdeu a conta às vezes que foi violada. Há uns anos descobriu que não era a única vítima já que, os irmãos de 5 e 8 anos também eram abusados e espancados desde muito novos. As três crianças eram sempre abusadas separadamente no entanto, todas sabiam o que o pai fazia com cada um deles. O pedófilo passava muito tempo em casa, por ser desempregado, e aproveitava esses momentos para abusar dos filhos.
A mãe das crianças também era vítima dos ataques do marido. Sofria de violência doméstica quase desde o início do casamento, mas garante que nunca se apercebeu dos abusos e que os filhos nunca denunciaram o pai. Toda a família vivia num ambiente de extrema pobreza, passando por muitas dificuldades financeiras.
Em Janeiro deste ano, a jovem conseguiu finalmente o que tanto ansiava - sair de casa. "MARIA" denunciou o pai à Comissão de Protecção de Menores, que apresentou de imediato queixa na Polícia Judiciária, e conseguiu que o pai fosse detido. A detenção ocorreu no dia 27 desse mês (quarta-feira) na sua casa, situada no concelho da Póvoa de Varzim.
O pedófilo foi presente a tribunal logo no dia seguinte, tendo ficado em prisão preventiva ficando indiciado por três crimes de abuso sexual de crianças de forma continuada, um crime de abuso sexual de menor dependente, outro de pornografia de menores e quatro crimes de violência doméstica. Antes de seguir para a cadeia, o homem pediu ainda para falar com a filha "MARIA". Esta acedeu e entrou no tribunal acabando por sair 15 minutos depois sem dizer nada.

(in, Jornal "Correio da Manhã")

domingo, 7 de março de 2010

Pensamento da Semana

Poucos vêem aquilo que não está já dentro das suas cabeças.
Susan Sontag

quarta-feira, 3 de março de 2010

Children see, children do!


O slogan “ver é saber” vem de encontro à Teoria de Aprendizagem Social, de um dos psicólogos que mais se dedicou ao estudo da aprendizagem social, Albert Bandura. Este chegou à conclusão que a aprendizagem social ocorre pela observação e imitação das condutas daqueles com quem vivemos ou exercem influência sobre nós. Assim sendo, concluiu que inicialmente interiorizamos e posteriormente, temos tendência a expressá-los.

Esta Teoria pode ser facilmente corroborada se pensarmos que as brincadeiras favoritas das crianças são, de facto, imitar os adultos: brincar às casinhas; brincar aos polícias e ladrões, etc. Os adultos passam por isso, a ser os modelos das crianças e impõem-se pelo sucesso, classe, estatuto social, competência ou poder. Assim, pais, professores, catequistas, artistas de cinema, políticos, desportistas ou actores podem constituir-se como modelos a ser imitados, dependendo das circunstâncias e claro, da etapa da vida em que nos encontramos.

As pessoas significativas para nós, aquelas com as quais mais nos identificamos, podem influenciar-nos de forma positiva ou negativa e isso vai reflectir-se em comportamentos sociais considerados bons ou maus. Esta Teoria vem então explicar porquê que, muitas vezes, as crianças que foram violadas pelos pais tendem, mais tarde, a ter o mesmo comportamento.
Embora pareça chocante e um pouco paradoxal, as condutas ficam retidas na memória e quando achar oportuno, o sujeito tende a reproduzi-las. Pois são as condições que determinam e desencadeiam os comportamentos aprendidos.

Assim sendo, e infelizmente, o violador sofre, sofreu e faz sofrer. Os violados tornam-se frequentemente violadores, também porque a violência é frequentemente considerada a expressão mais “fácil” de um sofrimento não expresso.

Veja-se então, o seguinte vídeo feito pela “NAPCAN – Preventing Children Abuse”, uma instituição australiana que tenta, através desta campanha, consciencializar e sensibilizar todos os adultos acerca das suas condutas, porque… Children see, children do!

Contamos com a vossa colaboração!

O Grupo A está interessado em conhecer pessoas que, infelizmente, já tenham passado por uma violação sexual, e que não se importem de colaborar connosco e partilhar a sua história. Mesmo que os testemunhos sejam em anonimato seria, sem dúvida alguma, uma mais valia e iria ajudar-nos a enriquecer o nosso trabalho!
Assim sendo, pedimos que nos contactem o mais rapidamente possível para grupoa.eseq@gmail.com
Obrigada! Contamos convosco!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Pensamento da Semana


Algumas vezes na vida, convêm-nos ter os olhos bem abertos, outras na metade, e outras realmente fechados.
A questão está em saber como usá-los para cada vez...
Doménico Cieri

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

840€ por Abusar de Irmãs Menores

A mãe das vítimas foi alertada pelos vizinhos para os abusos que as suas filhas estariam a sofrer por parte de um reformado. Indignada, a responsável pelas menores confrontou o arguido, que colocou as culpas nas crianças. "Elas é que são umas porcas," respondeu o homem.
Durante três semanas, um reformado aliciou duas irmãs, de nove e treze anos, com bolos e dinheiro, para que "dessem a pita." Tentou apalpar-lhes os seios, pediu beijos na boca e roçou-se no corpo da mais velha. Condenado a 30 meses de prisão, em pena suspensa, recorreu e viu agora Relação do Porto a reduzir-lhe o castigo para uma multa de 840€.
Os factos remontam para os finais de 2007, quando o arguido começou a abordar as vítimas junto à escola que frequentavam, em Matosinhos. Originárias de uma família pobre, as menores aceitavam as ofertas do reformado, mas fugiam quando este tentava apalpá-las ou pedia beijos na boca.
É aqui que está o cerne da questão. O homem apenas "se roçou" numa das vítimas, facto que leva a Relação do Porto a anular a condenação do Tribunal de Matosinhos, por dois crimes de abuso sexual de crianças.
O arguido nunca tocou, roçou, apalpou a vagina das menores (...). E, quanto à pretensão de apalpar os seios das menores, o arguido nunca o conseguiu porque elas conseguiram escaparar. Ou seja, como as crianças não acederam aos pedidos do agressor, a pena acaba anulada.
Mesmo o facto de ter "roçado" na menina de treze anos não é visto pelo Tribunal da Relação do Porto como "acto sexual de relevo", o que justifica que o reformado, embora punido por abuso sexual de crianças, só pague uma multa de 840€.
(in Correio da Manhã, 8 de Fevereiro de 2010)