quarta-feira, 28 de abril de 2010

As "Pulseiras do Sexo"

Um problema que tem vindo, recentemente, a afectar vários adolescentes é o uso das chamadas "Pulseiras do Sexo". À partida, estas são consideradas pulseiras, de silicone colorido, completamente inofensivas, no entanto o significado das suas cores tem uma conotação sexual explícita (como podemos verificar na imagem acima). Segundo o código que rege esta perigosa brincadeira, a pessoa que conseguir rebentar uma das pulseiras tem o direito de exigir a forma de contacto físico correspondente à sua cor.

Esta brincadeira de divertida e inócua, transforma-se num grave problema que tem dado, nestes últimos tempos, origem a um significativo aumento de casos de violações sexuais de raparigas. Estas pulseiras passaram a ser tema do dia na comunicação social inglesa, quando uma rapariga de 13 anos foi violada por três rapazes, em Londres. Segundo as autoridades, o crime terá sido motivado pelo uso do adereço.

A vítima foi abordada pelos três jovens, que lhe rebentaram a pulseira, cobrando de seguida a respectiva forma de contacto físico. Neste caso, a pulseira a ser rompida foi de
cor preta e, portanto, a rapariga teria que praticar relações sexuais com os rapazes. A rapariga foi coagida pelos três adolescentes a ir para a casa de um deles, onde acabou por ser abusada sexualmente. Os envolvidos não se conheciam, o que leva as autoridades a assumirem que o que terá desencadeado a agressão foi a "Pulseira do Sexo". A jovem está agora a ter acompanhamento psicológico. Por outro lado, os agressores, um deles maior de idade, aguardam decisão do tribunal.

Apesar deste jogo ter começado no
Reino Unido, também já há relatos do seu uso no Brasil, onde a polémica está instalada: duas adolescentes que as usavam foram encontradas mortas após sinais de violação sexual. As autoridades brasileiras estão a investigar a ligação dos homicídios com o jogo, uma vez que foram encontradas pulseiras rebentadas, caídas ao lado de ambos os corpos. No Brasil, o uso das controversas pulseiras está na ordem do dia, tanto na imprensa como nas escolas, associações de encarregados de educação e, até mesmo, na política. Em cima da mesa já está um projecto de lei que proíbe o uso dos adereços nas escolas municipais.

É importante, desta forma, alertar toda a comunidade para que este tipo de jogos não venha a desencadear, no nosso país, crimes tão significativos e complexos como estes, porque, de facto,
uma violação sexual é um acto terrível que pode destruir a vida de muitos…

sábado, 24 de abril de 2010

Pensamento da Semana

Quando olho com a "mente", consigo ver melhor o "interior" do ser humano.
Voninha

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Pecados da Igreja


As celebrações do quinto aniversário do Papa Bento XVI ficaram pautadas pela multiplicação de denúncias de abusos sexuais cometidos por sacerdotes, um pouco por todo o Mundo. Um escândalo que ameaça não só o seu pontificado como também a beatificação de João Paulo II... Muita tinta ainda há-de correr sobre o assunto, certamente!


A 19 de Abril, Bento XVI cumpriu cinco anos como líder da Igreja Católica sem cumprir a sua principal promessa: acabar com a corrupção sexual e afastar os que a encobriram, na sua maioria membros da hierarquia. A realidade fala por si. A cada dia que passa descobrem-se novos casos de abusos sexuais e de maus tratos em centros de ensino católicos. E muitos sacerdotes, em vez de combaterem essas práticas, parecem mais preocupados em arranjar justificações - "Há pessoas que tentam prejudicar-nos, mas a Igreja conta com a ajuda do Altíssimo", garante o secretário de Estado do Vaticano (equivalente a Ministro dos Negócios Estrangeiros), Tarcisio Bertone.
A agravante do Papa ter pedido somente, através da decepcionante carta pastoral aos católicos irlandeses (para saber mais sobre este assunto consultar o post de 25 de Novembro de 2009 "Austrália pede desculpa por 40 anos de Abusos Infantis"), para que os bispos enfrentassem os problemas com "coragem" levou a crer que as indemnizações para as vítimas e as sanções para os culpados tinham sido deixadas de lado. Uma reminiscência de outra atitude que este teve perante os desmandos dos Legionários de Cristo, tolerados durante dezenas de anos. A verdade é que o fundador desta congregação, presente em vários países há mais de seis décadas, Marcial Maciel, sempre esteve nas boas graças de Roma, até contava com a amizade do Papa João Paulo II. Contudo, Marcial Maciel não passa de um inveterado violador de menores e é pai de meia dúzia de filhos. É importante referir que, boa parte das suas vítimas foram alunos do seminário de Ontaneda, no Norte de Espanha, submetidos também aos abusos de outros sacerdotes da Instituição. Embora as denúncias contra Maciel tenham chegado à secretaria do Papa polaco o que é certo é que nada foi feito em relação às mesmas. Maciel prosseguiu, sem qualquer punição, a sua vida até que, em 1994, o Papa João Paulo II o nomeou Guia para a Juventude.
O escândalo mais gritante de abusos sexuais ocorreu no séc. XVII, nas chamadas Escolas Pias, apontadas como os primeiros estabelecimentos públicos e gratuitos da História, frequentados por órfãos e crianças de rua. Inacreditavelmente, Stefano Cherubini, padre e membro de uma família abastada e bem relacionada no Vaticano, conseguiu esconder a sua pederastia* ao ponto do Papa Inocêncio X levar quinze anos para tomar medidas.
Outro caso aconteceu, mais recentemente, no Brasil onde o Monsenhor Luis Marques Barbosa foi confrontado com um vídeo protagonizado pelo mesmo e por Fabiano Ferreira (19 anos) e Cícero Flávio (20 anos). Nestas imagens era visível a prática de sexo oral pelos três, junto ao altar e ao crucifixo. Ironicamente, o Monsenhor Luis, conhecido por ter bastante pudor e proibir o uso de mini-saia pelas mulheres nos Casamentos e até mesmo, de pedir várias vezes aos noivos para que cobrissem os decotes das noivas, é a mesma pessoa que "colocava as mãos nos nossos órgãos nas missas e pedia beijos na boca", dizem as vítimas que dizem ser molestados desde os 11 anos pelo mesmo sacerdote de 82 anos. O Monsenhor Luis ainda tentou comprar o DVD por 16 mil euros mas, as vítimas tinham outra cópia que fizeram circular. Até agora mais nada foi feito nem dito para além das desculpas do acusado, "Deus perdoa, Deus é perdão". Todavia, as reacções a este escândalo são visíveis: 74% dos 190 milhões de brasileiros são católicos no entanto, várias Igrejas ficaram fechadas por falta de fiéis e os pais impedem os filhos de as frequentarem.


1 100 é o número de vítimas de abusos sexuais nos EUA, entre 1950 e 2002.
4 400 é o número de sacerdotes católicos dos EUA que cometeram abusos sexuais, no mesmo período de tempo.
20 000 é o número de sacerdotes católicos que poderão estar envolvidos em escândalos de abusos sexuais de menores, segundo o Vaticano.
3 000 é o número de casos de abusos sexuais que foram comunicados ao Vaticano, desde 2001, segundo as suas fontes.

*PEDERASTIA: Designa o relacionamento erótico entre um homem e uma criança (do sexo masculino). Embora o termo tenha caído em desuso, também pode designar qualquer relação homossexual masculina.

(in, Visão - 25 de Março de 2010)

sábado, 17 de abril de 2010

Pensamento da Semana

Quando deixarmos de ter esperança, é melhor apagarmos o arco-íris.
Mário Lago

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Porque se comete uma violação sexual?


Uma das questões mais difíceis de entender, é realmente, porque se comete uma violação sexual?

Vários sexólogos e psicólogos têm vindo a realizar vários estudos para tentar perceber o que leva a uma pessoa a praticar uma acção tão monstruosa e violenta, como a violação, contra outro ser humano. No entanto, nenhum estudo encontrou razões concretas acerca do que levava um indivíduo a cometer esse crime, mas sim alguns motivos que possivelmente poderiam explicar este acto.

A violação não é uma simples acção, e não há uma explicação fácil para ela porque, todos os violadores são diferentes e logo, as suas razões também.
Infelizmente muitas pessoas acreditam que a violação trata-se apenas de um crime sexual, ou seja, o violador abusa sexualmente outro, porque ele tem carência de relações sexuais. Mas a maioria de psicólogos criminais caracterizam a violação como um crime de poder, de dominação e de degradação de outro indivíduo. Uma vez que, o violador poderia obter prazer sexual sem ter que obrigar alguém a força.
Assim a violação sexual corresponde, em geral, a necessidade do Criminoso Sexual de:

  • Reafirmar o seu poder em submeter a vítima. O acto violento vem compensar ou reafirmar seu domínio (superioridade sexual) diante da insegurança que o tortura. Por outras palavras, o violador utiliza a violência na intenção de elevar a sua auto-estima. É por isso que a maioria das vítimas são crianças, jovens e mulheres porque, quer fisicamente quer psicologicamente, eles são mais fracos. Quando se trata de um frustrado ou inseguro sexual, costuma-se impor na possessão sexual violenta da sua vítima como forma de compensar essa insegurança que sente e vive. Eles actuam com violência para conquistar o seu objectivo, que é ter uma(s) relação(ões) sexual(uais). A violação acaba também por ser o meio através do qual o violador afirma a sua identidade pessoal e sexual. O agressor é designado o “Violador do Poder.”

  • Violador conseguir o orgasmo submetendo a vítima como uma solução última para resolver o seu conflito para obter prazer orgásmico. A utilização da força e da agressão tem por objectivo a excitação sexual, já que, através do perigo e da violência consegue o que não atinge numa actividade sexual convencional.

  • Afirmar o seu machismo/feminismo, já que é habitualmente esta necessidade que se expressa através das violações como uma forma de prepotência masculina ou feminina, para reafirmar a sua identidade sexual.

  • A violação é ainda a forma que o violador tem de se vingar e de expressar o seu ódio ou mágoa derivado a um acontecimento passado. É forma que o agressor arranjou de aliviar a dor e reparar as injustiças reais ou imaginárias que sofreu durante a vida. Ele pode ter antecedentes de maus-tratos na infância, traumas infantis, ser filho de pais adoptivos ou de pais divorciados, entre outros. Estudos americanos vieram desmentir a ideia de que os violadores cometem este crime porque durante a infância também eles sofreram de abusos sexuais. De facto a maioria nunca chegou a ser violado. Logo, descarregam contra a vítima toda a sua raiva. Este agressor é chamado o “Violador da Fúria).

Estes são, entre muitos outros, alguns dos motivos que levam um violador a cometer este tipo de crime.